sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Tema da 8ª Parada Gay de Porto Velho é distorcido

A parada gay e seus caminhos transloucado - Por Victor Gabriel (*)

Venho acompanhado, por meio de informações esporádicas e de bastidores, a mobilização de lideranças do segmento LGBT (notadamente da Diretoria do Grupo Gay de Rondônia - GGR), de promoter de shows de transformistas e DJ de boate e eventos GLS’s, para organizar e realizar a 8ª Parada do Orgulho Gay da Cidade de Porto Velho, marcada para acontecer no próximo domingo, dia 29 de agosto, sob o slogan Meu voto, minha cidadania. Voto não homofobia.

Semana passada, acessando um site de relacionamentos tomei conhecimento, parcialmente, da programação da Parada 2010. Informei-me melhor. Constatei que a programação se iniciou dia 29 de julho, com a realização de um Pit-Stop, ação tipicamente rasa que não diz absolutamente nada sobre a causa LGBT. No dia 13 de agosto foi realizado o coquetel de lançamento da Parada 2010, oferecido à mídia. No dia 19 de agosto aconteceu o “Seminário Conhecendo a População LGBT e Prevenção das DST\HIV\AIDS”, evento voltado para professores das redes estadual e municipal, no meu entendimento, única ação com conteúdo sério que parecia acenar na direção da causa da população homossexual. O seminário conclamou para o segmento “fazer o diagnóstico do teste Rápido”. No dia 23 de agosto teve início as atividades da “Semana da Diversidade Cultural, Mostras de Fotos em Banners, Filmes (títulos não informados), Exposição de vestimentas de Shows de Travestis”. Aproximadamente duas dúzias de pessoas compareceram à cerimônia de abertura, sendo a grande maioria colaboradora ou de organizadores da Parada.

Chamou minha atenção o Seminário denominado “Conhecendo a População LGBT”, cuja tônica incentiva a realização do Teste Rápido para conferir quem é soro positivo, sendo esta, em minha compreensão, uma importante atitude de conscientização não só para homossexuais, mas para toda população com comportamento de risco. Pergunto-me: estou correto em concluir que a realização do teste HIV é uma estratégia correta e ética, adotada pelos organizadores da Parada, num período em que se supõe discutir apenas a causa homossexual objetivando descortinar e trazer à luz o perfil sócio-econômico da população LGBT de Porto Velho? Será esta mesma a idéia?

Por que não fazer este mesmo teste em outros grandes eventos tradicionais do calendário turístico e cultural de Porto Velho? Exemplo: cavalgada, Feira Agropecuária, Arraial Flor do Maracujá, show gospel, desfile cívico de 7 de setembro, marcha dos evangélicos, marcha zumbi e nos mais variados certames populares que reúne grandes aglomerações humanas.

Discutir e defender o Teste Rápido para detectar o vírus HIV neste período, associando a idéia de portadores da AIDS ao segmento LGBT, ainda que involuntariamente, é, com toda certeza, um tiro no próprio pé. Artigo completo aqui.

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